Interpretação do poema "A flor e a náusea" de Carlos Drummond De Andrade

331 palavras 2 páginas
Gênero lírico:
- Eu
- Subjetividade
- Posicionamento do poeta face aos mistérios da vida
- definida como “1ª pessoa do singular do tempo presente”.

Poema “A flor e a náusea”, de Carlos Drummond de Andrade, presente na página 97 do livro “Carlos Drummond de Andrade Poesia e Prosa” (1992), que contém a obra completa do autor. Originalmente o texto é do livro “A Rosa do Povo”, de 1945.

Segundo Izandra Alves (Mestre em Estudos Literários pela Universidade de Passo Fundo) no artigo “O lirismo de Drummond em A flor e a náusea”: “Em meio a tantas proibições, injustiças, mandos e desmandos vistos e vividos na primeira metade do século XX, surge o lirismo de Carlos Drummond de Andrade como forma de questionamento, de filosofia, de protesto, de repensar crenças, valores e conceitos pré-determinados por uma sociedade injusta e excludente. É esse lirismo que permite a reflexão sobre o mundo e, principalmente, do estar no mundo”.

No livro de poemas “A Rosa do Povo”, escrito num contexto social e político mostra a realidade do mundo e os anseios do ‘eu’. A obra foi escrita num período de ditadura (Ditadura Vargas 1930-1945), onde não se permitiam manifestações de qualquer natureza, muito menos as socialistas.

O poema “A Flor e a Náusea”, faz parte desse livro, e representa a explosão revoltada do indivíduo diante do mundo em que vive ao mesmo tempo em que mostra a esperança quando do aparecimento de uma flor que perturba. É através de um passeio pela rua cinzenta que o sujeito depara-se com a náusea; vê-se enjoado e tem o desejo de vomitar sobre tudo o que lhe incomoda e perturba. No entanto, nem tudo está perdido, pois é desse enjôo, revolta, náusea e ódio que brota uma flor feia, que nem se consegue classificar, mas que fura o asfalto. Isso acontece ao mesmo tempo em que parece armar-se uma tempestade, que é símbolo de uma violenta perturbação na ordem desse tempo de nojos, enjôos e vômitos.

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