A flor, a nausea e a cidade
Por: Marcos Fellipe Costa Marques
1. Introdução
O objetivo deste texto é fazer um breve comentário sobre o poema “a flor e a náusea de Carlos Drummond de Andrade. Nesse interim, tentaremos ler o poema sob a perspectiva da cidade, relacionando os temas que dão título ao poema, flor, náusea com o tema cidade. Para tal tarefa seguiremos o método apontado por Candido em “O estudo analítico do poema”, no qual ele divide a tarefa de estudar o em três etapas Comentário, análise e Interpretação sendo que esta última divide-se em duas: aspecto expressivo formal e aspecto expressivo existencial.1 Por tratar-se de um estudo introdutório, parte de uma disciplina de graduação, não nos aprofundaremos em nenhuma das etapas. No comentário traremos uma espécie de contextualização do poema e apontaremos o existencialismo como uma possível influencia para a realização do mesmo. Na breve e panorâmica interpretação tentaremos expor nossa percepção acerca do poema em si tentando sempre manter as relações entre cidade, náusea e flor.
2. Comentário
A flor e a náusea, um dos poemas mais importantes de Carlos Drummond de Andrade, é parte integrante do livro a Rosa do Povo. O livro foi escrito entre 1943 e 1945, período no qual a humanidade passava pelos horrores da segunda guerra mundial. No Brasil, é esse o período da ditadura de Vargas denominada Estado Novo. É nesse contexto que o poeta concebe o poema. No poema em questão o eu lírico caminha pela cidade, que não é uma cidade utópica, tampouco a cidade dos seus sonhos, mas uma cidade que indica a realidade concreta, cidade do tempo presente. A angústia do eu lírico ao se deparar com esse contexto é explicitada ao longo do poema através de palavras como melancolia, tédio, vomito. É notório que o poema de Drummond em questão faz parte de uma obra que é fortemente influenciada pelo modernismo. Neste há um predomínio de versos livres e do verso branco. Como não há rimas o poeta utiliza alguns recursos para