Por Arlete Mouro Simpsio de Olinda (agosto de 2005) Existem dois tipos de anlises terminveis aquelas cuja sada se d pela pre-version e aquelas cuja sada se d pela perverso. Existem tambm as anlises interminveis, nas quais no se consegue desconstituir o Outro, infinitizando-se a transferncia a um Sujeito suposto Saber, analista ou Mestre. Nas anlises que terminam, existe uma dimenso interminvel, o que no se confunde com a anlise interminvel. Em outras palavras, nas anlises que chegam ao seu fim lgico, existe uma parte que termina e outra no. A parte que termina refere-se ao campo do objeto, no qual h uma soluo para a equao acerca da falta do objeto causa de desejo, que realizaria o gozo absoluto. A parte que no termina refere-se ao campo do significante, no qual a descoberta do estatuto de falta do objeto permite um descolamento do desejo em relao demanda, passando a poder, ento, deslizar entre os significantes. Essa parte interminvel da anlise se configura como um resto, convocando a uma elaborao permanente. Tal elaborao se sustenta especialmente pela via da funo de analista, passando a configurar-se como um exerccio contnuo de castrao, de confronto cotidiano com o real da castrao, tendo como conseqncias no s a transmisso da Psicanlise, mas tambm a dinmica do lao social entre os analistas e as instituies psicanalticas. Para falar disso, comeo abordando aquilo que se passa na sada de uma anlise que coincide com seu fim lgico, ou seja, a travessia da fantasia. Sabe-se que a fantasia o arranjo subjetivo que o sujeito encontra para suportar a inconsistncia do seu ser, que a castrado. Esse arranjo configura-se como um saber sobre o ser acerca do qual no se quer saber um saber perverso que, quando se fragiliza, faz-nos procurar uma anlise. Enquanto perverso posto recusar a castrao esse saber s se sustenta dando consistncia ao Outro, pela via do seu desejo. Diante desse desejo, o sujeito pode se colocar como