Interação professor-aluno com paralisia cerebral
Segundo Silva e Aranha (2005), o tema da educação inclusiva tem despertado, no meio educacional, angústias e entusiasmos. A mudança de um sistema educacional, que se caracterizou tradicionalmente por ser excludente e segregatório, para um sistema educacional que se comprometa efetivamente a responder, com qualidade e eficiência, às necessidades educacionais de todos, inclusive às dos alunos que apresentam necessidades educacionais especiais, exige um processo complexo de transformação, tanto do pensar educacional, como da prática cotidiana de ensino.
O processo educativo formal, conforme aponta Boneti (1997), ocorre dentro de um espaço real de ação e interação, para enriquecimento da identidade sócio-cultural dos que dele participam, espaço esse chamado escola.
Neste sentido, a comunicação é considerada elemento fundamental na interação humana. Por meio dela a pessoa é capaz de expressar e receber diferentes informações do contexto do qual participa, seja através do olhar, do toque, das expressões faciais, da postura corporal, da escrita, enfim, o ato de se comunicar é constante, inerente à condição humana, mesmo quando não se tem a intenção de fazê-lo (PELOSI, 2000). A fala constitui-se no recurso mais frequentemente utilizado na comunicação das pessoas, contribuindo para a construção das relações nos diferentes contextos e culturas. Através de seus símbolos arbitrários, aprendidos na mediação com o outro, a fala representa talvez um dos veículos de ação mais direta sobre o ambiente, permitindo o desenvolvimento de competências individuais e relações sociais (NUNES, 2003).
Nesta perspectiva, algumas pesquisas têm apontado (ALVES DE OLIVEIRA; PINTO, 2004; PELOSI, 2003; NUNES, 2002) que as pessoas com comprometimento na fala, associada a dificuldades motoras, apresentam desenvolvimento particular na comunicação e na construção das interações sociais, seja em casa nas relações familiares, seja na realização das atividades diárias e até mesmo no