Intenção de Ruptura Serviço Social
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O movimento aludido pode ser agarrado de forma expressiva no eixo teórico-metodológico que, a par de singularizar esta perspectiva no campo da renovação do Serviço Social no Brasil, acompanha todo o seu desenvolvimento. Trata-se da referência à tradição marxista – que, com a produção dos representantes desta perspectiva, pela primeira vez inscreve-se no universo simbólico dos assistentes sociais brasileiros de maneira significativo.
No momento da sua emersão, o projeto da ruptura aproxima-se da tradição marxista especialmente pelo viés posto pela militância política [...]. Dadas as circunstâncias da época, esta aproximação padece de vícios óbvios: instrumentalização para legitimar estratégias e táticas, pouca possibilidade de reflexão teórica sistemática etc. Quando se repõe no marco profissional, ela é filtrada pela recorrência a autores que de alguma forma chancelam as deformações próprias dessa instrumentalização.
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Em suma: a reivindicação da filiação teórico-metodologia que perpassa todo o processo da intenção de ruptura, unificando-se sobre um mesmo terreno de concepções teóricas, metodológicas e ideológicas, na maturação do próprio processo revela inflexão que concretizam mudanças na sua continuidade.
Esta relação de continuidade e mudança, na perspectiva em tela, está também, de alguma maneira, relacionada à trajetória dos seus protagonistas – trajetórias que adquire um peso especial quando se recorda que esta perspectiva sempre esteve em rota de colisão frontal com a autocracia burguesa. Foi sobretudo pela resistência desses protagonistas (docentes, profissionais, estudantes) que os cortes da memória profissional recente operados pela ditadura não fizeram estragos mais profundos.
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A maturação intelectual, profissional e política desses protagonistas é, de algum modo, a consolidação do processo de perspectiva que estamos examinando. Vale indicar, muito breve e