Inteligencia emocional
Aprender a educar os sentimentos
“Não há nada a fazer”
Aprender a educar os sentimentos continua a ser hoje uma das grandes tarefas pendentes. Muitas vezes esquece-se que os sentimentos são uma poderosa realidade humana; e que – para o bem ou para o mal – são habitualmente aquilo que com mais força nos estimula ou nos reprime na nossa ação.
– E porque acha que se tem descuidado tanto essa educação?
Umas vezes, pela confusa impressão de que os sentimentos são algo obscuro e misterioso, pouco racional, e quase alheio ao nosso controle. Outras, porque se confunde sentimento com sentimentalismo ou sensibilidade. E sempre, porque a educação afetiva é uma tarefa difícil, que requer muito discernimento e muita constância (se bem que isto não deveria surpreender-nos, pois o que é valioso nunca foi fácil alcançar).
Em qualquer caso, evitar essa tarefa significaria renunciar a muito, pois os sentimentos conferem à vida uma grande parte da sua riqueza.
Todos contamos com a possibilidade de comandar em grande parte os nossos sentimentos. No entanto, com freqüência atuamos como se quase não pudessemos educar-se, e consideramos as pessoas – ou a nós mesmos – como tímidas ou extrovertidas, generosas ou invejosas, tristes ou alegres, carinhosas ou frias, otimistas ou pessimistas, como se isso fosse algo que corresponde a uma inexorável natureza quase impossível de modificar.
É certo que as disposições sentimentais têm uma componente inata, cujo alcance é difícil precisar. Mas existe também a poderosa influência da família, da escola, da cultura em que se vive. E existe, sobretudo, o próprio esforço pessoal para melhorar.
– E os sentimentos têm influência nas virtudes?
Cada estilo sentimental favorece umas ações e entorpecem outras. Portanto, cada estilo sentimental favorece ou entorpece uma vida psicologicamente sã, e favorece ou entorpece a prática das virtudes ou valores que desejamos alcançar. Não pode esquecer-se que a inveja, o egoísmo, a