Integração da América Latina
MODELOS DE INTEGRAÇÃO NA AMÉRICA DO SUL:
DO MERCOSUL À UNASUL
Ana Carolina Vieira de Oliveira
Rodrigo Souza Salgado
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Resumo
Este artigo tem por objetivo a compreensão da evolução do processo de integração ocorrido na América do Sul no século XX, em especial do Mercosul e da
Unasul. O primeiro, constituído em 1991 por quatro países, tinha influências dos processos de redemocratização, da aproximação entre Brasil e Argentina, e de características neoliberais próprias dos governos nacionais. Já o segundo mecanismo, lançado em 2008, está relacionado ao contexto da primeira década do século XXI e à paralisação do Mercosul como arranjo de características mais comerciais. A Unasul passa a ser uma iniciativa de coesão política na região, perpassando por temas sociais e de infra-estrutura; e com menores ambições em termos econômicos. Apesar da análise desses dois processos levar à compreensão por muitos de que a Unasul poderia substituir o Mercosul como agente central na promoção da integração, este trabalho, porém, visa demonstrar que o Mercosul tem características específicas, que ainda o mantém como eixo central da integração regional. Palavras-chave: Mercosul, Unasul, Integração regional.
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Introdução
Este trabalho versa sobre diferentes esforços de integração regional existentes nos dias atuais na América do Sul. A expressão “região” pode ter pelo menos quatro sentidos: geográfico, econômico, sócio-cultural e político.1 Os esforços de integração regional podem assumir, então, diferentes facetas e características, de acordo com a área de atuação do mecanismo elaborado. Neste sentido, nos últimos anos dois mecanismos regionais assumiram centralidade na função de coordenação política e de integração comercial na região sul-americana: são esses a União das Nações
Sul-Americanas (Unasul) e o Mercado Comum do Sul (Mercosul).
Levando em consideração que são esforços de cooperação e integração desenvolvidos em etapas