Jean Paul Sartre

Em O existencialismo é um humanismo, escrito em 1970, Jean Paul Sartre, filósofo francês, trata de defender a teoria existencialista de algumas críticas. Sartre restaura diversos conceitos afetos ao existencialismo, principalmente, nesse ponto, a ideia de humanismo que planeja ligar à de existencialismo. Todo o texto pretende, ao rebater as críticas proferidas, ajustar o pensamento existencialista à ideia de teoria que parte das capacidades humanas para construir o sentido da sociedade e do indivíduo. O texto esclarece: não há como determinar o pensamento existencialista fora da narrativa humanista, visto que o processo de o homem construir-se por seus atos – a ação aqui e agora – requer um sujeito que admite a racionalidade como pressuposto da diferenciação. À exceção disso, o quietismo também é uma crítica falha na opinião de Sartre, porque o reconhecimento da humanidade radical do homem – a dependência da vida do agir humano e não mítico ou divino – faz com que aja. Ademais, os atos humanos é que caracterizam esse sujeito, pelo que a aquietação não pode ser depreendida nesse processo. Sartre continua, também, por considerar a repercussão da doutrina existencialista em meio ao sendo comum. É, para ele, justamente a superficialidade na compreensão (pré-compreensivo como suficiência) das implicações do existencialismo que fazem com que tal conceito seja oposto e interpretado como negação da importância que a modernidade deu ao homem. O texto deixa nítido que Sartre é um existencialista ateu e informa claramente o princípio do humanismo ateu: a existência é anterior à essência. Significa dizer que o homem, antes de encontrar e definir sua essência, precisa viver e agir no mundo. É a ação de cada dia que vai atribuir sentido e características ao ser homem, de modo que não há nada pré-definido quando este nasce. Daí a essência – construída aos poucos – ser posterior a existência. Para Sartre, esse conceito não