Identidade Sulamericana
Evidenciar a importância da América do Sul, e sua prioridade em detrimento da noção de uma América Latina, da América Central e do Caribe como espaço de ação da política externa do Brasil é o principal fator de reflexão deste artigo. A relevância de se refletir sobre essa temática está assentada numa forma atemporal na política, ou seja, a importância das identidades em processos de integração. No caso do regionalismo sul-americano, o papel de conceitos como cultura e identidade segue relativamente pouco explorado. Ademais, a integração sul-americana é considerada prioridade da diplomacia brasileira, e é fundamental para o desenvolvimento e para autonomia da região. O corpus escolhido se relaciona com algo que o transcende e que o conforma, como a chave hermenêutica: a história. A história é o lugar de manifestação dos discursos. O discurso, por sua vez é lugar onde o passado, o presente e o futuro se confluem na dinâmica dos processos sociais de interação. Lugar também de reencontros e mudanças. A pesquisa tenta dar conta desse fenômeno para corroborar uma orientação, minimamente que seja, da política externa brasileira, no que se refere à construção de uma identidade sul-americana.
2. América Latina Vs. América do Sul Existe uma imprecisão em estabelecer o conceito de América Latina, visto que é muito difícil determinar quais países a compõe, ou quais os critérios devem ser utilizados para classificar este ou aquele país americano como integrante dessa denominação. FARRET&PINTO citando o cientista político e diplomata Alain Rouquié, lembra que definir o conceito de América Latina em termos geográficos é quase impossível, e também é dificultoso do ponto de vista cultural, pois assim teria que incluir nesta denominação o Canadá francês, “infinitamente mais latino que Belize e tanto quanto Porto Rico,