Influência da moral cristã

Influência da moral cristã Contexto Em meio ao desmembramento do Império Romano (no século V), a Igreja conseguiu manter-se como instituição social. Passou a exercer importante papel político e muitas vezes papel mediador e conciliador entre as elites medievais, mas, ao contrário de outras religiões da Antiguidade, nunca se ligou ao Estado diretamente. Os cristãos estavam unidos por laços de fé em um mesmo e único Deus. Constituiu grande riqueza material. Durante a Idade Média a Igreja era dona de cerca de um terço das terras cultiváveis na Europa Ocidental, vale lembrar que naquela época a terra a principal base da riqueza. Existindo como um elemento social agregador através da fé cristã, durante quase mil anos a Igreja Católica foi detentora e guardiã de todo o conhecimento produzido até então, dessa forma “adaptou” os conhecimentos de forma a construir uma visão de mundo na qual o sobrenatural se sobressaía em relação ao humano. Todas as ações deveriam voltar-se para a contemplação de Deus e a conquista da vida eterna. Tendo o mundo medieval a religiosidade como elemento principal da organização social, os princípios éticos vividos nesse período foram todos voltados para o sobrenatural. A construção da individualidade e da subjetividade Em primeiro lugar, o pensamento cristão definiu a virtude como uma relação com Deus e não com a cidade e nem com os outros (como os pensadores gregos clássicos). Segundo a moralidade cristã, a nossa relação com os outros depende da qualidade da nossa relação com Deus. Dessa forma fé (qualidade da relação do indivíduo com Deus) e caridade (amor ao outro, responsabilidade pela salvação do outro) são as virtudes principais e geradoras de todas as outras. Essas virtudes são, portanto, privadas. A moral cristã não estava ligada ao espaço público, ao coletivo como na Antiguidade, mas, seria fruto da individualidade, intimidade, interioridade de cada um. Em segundo lugar, os pensadores cristãos afirmavam que o ser humano era dotado de