infancia e maquinaria
Definição do estatuto da infância
Como primeira condição, Julia Varela e Fernando Alvarez, apontam a definição do estatuto da infância. Para que pudessem frequentar a escola que se tornou posteriormente obrigatória era necessário proibir o trabalho nos primeiros anos e legitimar a necessidade da educação pré-trabalho. A infância, como hoje a conhecemos, foi construída e forjada socialmente inicialmente pelos moralistas e homens da Igreja. Educar na infância e aí inclui o ensino religioso, foi o mecanismo desenvolvido pela a Igreja para a conservação de seus padrões morais e autoridade eclesiástica, em uma época em que estes eram frequentemente questionados. Durante as intensas disputas envolvendo católicos e protestantes, nada poderia ser mais “natural” do que estabelecer seus dogmas nos indivíduos de nova idade, ao pretexto de proteger seus domínios. Esta educação tornava-se ainda mais fundamental aos príncipes e herdeiros que constituiriam a futura liderança das nações, que no contexto dos Estados absolutos determinaria a religião de todo o território. Já os filhos dos pobres, da população de classes econômicas inferiores, seriam alvo da caridade cristã, sendo instruídos e doutrinados nas práticas virtuosas, a fim de se tornarem bons cristãos e por consequência bons trabalhadores, submissos a seus mestres. Assim a naturalização da infância será acompanhada por uma naturalização das classes sociais. Na qual, ambas se forjam juntas na compreensão de que diferentes qualidades de natureza exigem diferentes tipos de educação e são concebidos diferentes tipos de infância a partir das classes sociais.
Os infantes deveriam ser moldados por seus