Resumo "Maquinaria Escolar"
A escola sendo questionada se faz algo impensável, visto que seu questionamento se torna imediatamente identificado como irracional. Neste texto, Varela e Alvarez-Uria (1992), mostrarão que a escola primária, como forma de socialização e de passagem obrigatória para as crianças, é uma instituição recente. A escola nem sempre existiu, por isso os autores mostram a necessidade de determinar suas condições históricas de existência, principalmente em nossa formação social.
A criança é uma instituição social de aparição recente ligada a práticas familiares, modos de educação e consequentemente, a classes sociais. A educação será um dos principais instrumentos para naturalizar uma sociedade de classes ou estamentos: cada criança será educada de acordo com uma finalidade social pelos reformadores católicos.
A família sempre teve responsabilidade pela educação dos filhos. Se fossem de classes poderosas, as crianças ficariam sob a tutela da família e do colégio; para os pobres, pelas instituições de caridade; aos de nível médio, os internatos que assumiam a função familiar. Se junta a estas práticas educativas familiares e institucionais, uma vigilância de várias formas dos jovens, dentre elas, a direção espiritual.
Na idade média não existia uma percepção realista e sentimental da infância. A elaboração do estatuto da criança, traçada historicamente, relaciona a constituição da infância com as classes sociais, sendo parte de um programa político de dominação, assegurando determinadas classes: a infância rica é governada, já a pobre, quase não recebe atenção. A partir do século XVII, a criança foi separada dos adultos e deixou de aprender diretamente do contato com eles. A criança foi mandada para o colégio, dando inicio a um longo processo de enclausuramento das crianças, que se mantém até nossos dias atuais, processo este, chamado de escolarização.
“As ordens religiosas dedicadas à educação da