Inclusão na educação
Uma escola que ensine a todos
Flexibilizar o espaço, o tempo, os recursos e o conteúdo é o caminho para a aprendizagem das crianças com necessidades especiais
10/04/2012 15:20
Texto Gustavo Heidrich
Foto: Leo Drumond
Alexandro de Quadros Silva, portador de deficiência visual, em sala de aula na EE Professor Pereira da Costa
Todas as crianças e jovens com necessidades especiais devem estudar na escola regular. Isso é um direito. Mas nem sempre foi assim. Ao longo da história da Educação, as escolas trataram as crianças com deficiência como incapazes, necessitando de tratamento médico, não de ensino. Essa perspectiva começou a mudar a partir de 1948, com a Declaração Universal de Direitos Humanos, que garantiu o direito de todos à Educação. Demorou algumas décadas para, a partir dos anos 1990, a visão assistencialista ser deixada de lado e dar lugar ao conceito de inclusão, que ganhou um papel central em documentos internacionais, como aDeclaração Mundial de Educação para Todos (1990) e a Declaração de Salamanca (1994).
Por muito tempo, vigoravam no Brasil políticas que segregavam os que tinham necessidades especiais ou condicionavam a participação deles em classes convencionais à capacidade de "acompanhar os alunos ditos normais", como cita a Política Nacional de Educação Especial de 1994. A ideia de que a escola precisava se adaptar às necessidades das crianças ficou clara somente com a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, de 2008, que define: todas as crianças e jovens com necessidades especiais devem estudar na escola regular.
Contudo, para que o aluno aprenda, não basta que ele esteja matriculado. É primordial que a escola, as salas de aula e os profissionais que ali trabalham sejam preparados para que o ensino aconteça. "Quando a perspectiva ainda era a da segregação, o foco estava nas dificuldades das crianças. Os professores queriam checar o que elas não sabiam. Hoje se sabe que o