Inclusao
Um direito de todos
A lei determina que crianças com necessidades especiais estudem em escolas regulares, públicas ou privadas. Desse jeito, todos saem ganhando
Se você é daqueles que, quando vêem alguém de cadeira de rodas ou encontram uma criança com Síndrome de Down, primeiro olham e logo em seguida desviam a vista sem saber o que dizer, aqui vai uma boa notícia: seu filho, muito provavelmente, lidará bem melhor do que você com essa situação. Várias gerações de brasileiros foram ensinadas a“não olhar” e “não perguntar”, sob pena de tomar um beliscão, quando encontravam alguém com uma necessidade especial. Mas essa realidade está mudando. Aos poucos.
“Na Antigüidade, pessoas com alguma deficiência eram executadas. O Cristianismo deu lugar a um tratamento mais humano, mas essas pessoas passaram a ser segregadas, afastadas do convívio. Já na era do conhecimento, cada problema começou a ser estudado. Nessa esteira, surgiram as escolas especiais, voltadas só para crianças cegas, com Síndrome de Down, surdas, etc.”, conta a psicopedagoga Daniela Alonso, que dá consultoria a vários colégios paulistas.
Durante um bom tempo, os educadores acharam que o melhor era separar as crianças ditas “normais”das excepcionais”. O grande problema é que essas crianças também precisam viver em sociedade e ganhar autonomia. Um menino cego não vai passar sua existência só entre cegos. Viu-se que era preciso integrá-los. Mas ainda levou tempo até que a sociedade percebesse que esse movimento não é unilateral. E aí é que está a novidade: estamos começando a ver que precisamos mudar para acolher essas pessoas. E que todos saem ganhando quando a inclusão acontece.
Lucas Zapala Delfino tinha 2 anos quando entrou na Recreio, uma escola regular, que aceita crianças com necessidades especiais desde a sua fundação.“Ele é o primeiro filho e não tinha tanto contato com outras crianças. Esse convívio foi muito legal. Ele aprendeu a dividir”, conta a mãe, Andréa Zapala.