Incesto - Levi Strauss
A Proibição do Incesto, entre o natural e o social.
Nathanael de S. Silva
No segundo capitulo de As Estruturas Elementares do Parentesco, Lévi-Strauss trata de problemas ligados ao incesto, suas regulamentações e proibições em meio a ambiguidade entre o natural ou social.
Inicialmente o incesto é apresentado como de caráter pré-social, primeiramente pela sua universalidade e segundo por sua aplicação decorrente das mesmas práticas em todas as sociedades. A vida sexual é apontada como o mais alto grau da natureza humana e denota a sobrevivência de características instintivas. O ato sexual ultrapassa a sociedade por ser um ato com fins puramente individuais, e ocorrer de forma muito especifica. Dado as características que induzem o sexo a uma ordem natural, as regulamentações sobre o mesmo, significam uma invasão da cultura no interior da natureza humana. Mas de certa forma é nesse íntimo natural que configura o início da vida social, pois de todos os instintos, o instinto sexual é o único que para se definir necessita de mais de um indivíduo. Seria absurdo criar uma linha entre a natureza e a cultura, segundo Lévi-Strauss, mas no campo sexual essa ligação pode ser claramente efetuada. As regras sociais se aplicam ao sexo, o restringindo a um ambiente puramente natural, embora seja o sexo um dos componentes que supere a vida social.
Essa ambiguidade foi questionada, reduzida e jamais explicada, e nesses pontos
Lévi-Strauss, classifica três tipos que serão caracterizados e discutidos nas suas principais características.
A primeira a ser discutida, trata-se de crença popular, comum em várias sociedades, que mantém a dualidade decorrente da proibição do incesto, mas dividindo em fases. Lewis H. Morgan e Sir Henry Maine acreditam que tais proibições são ao mesmo tempo de ordem natural e social, julgando a proibição como de cunho natural, refletindo assim no meio social, como um mecanismo de defesa contra resultados inesperados para a espécie.
Essa teoria se obriga,