Fichamento - LÉVI-STRAUSS, Claude. 1976. As estruturas elementares do parentesco. Petrópolis: Vozes. (Capítulos 1 a 4: pp. 41-49)
No capítulo “Natureza e Cultura” da obra As estruturas elementares do parentesco, Leví-Strauss demostra inicialmente uma preocupação em compreender a distinção entre domínio da natureza e domínio da sociedade, partindo do pressuposto de que o homem é um ser biológico e social. Em sua argumentação utiliza-se dentre outras coisas do exemplo de “crianças selvagens” e possíveis experiências de isolamento social, que não resultaram em grande contribuição para se pensar a “dicotomia” entre natureza e cultura – tratando-se aqui de um par onde um não existe sem o outro. O autor traz a visão experimental que partiria do homem para a natureza, mas também apresenta a possibilidade de partir da natureza, dos mamíferos primatas mais evoluídos, para então pensar sua aproximação às reações humanas e culturais. As duas visões trazem grande contribuição, porém não dão conta de solucionar o problema.
A partir dessas ideia, Lévi-Strauss chega a uma reflexão a cerca da proibição do incesto. Para ele o incesto é uma regra social é uma regra social de caráter universal, não havendo sociedade em todo o mundo que não repudie alguma de casamento.
No capítulo “O problema do incesto”, Lévi-Strauss inicia sua argumentação sobre o fato de a proibição do incesto ser algo imprescindível para a compreensão do homem como um ser social, afirma:
“Esta regra, social por sua natureza de regra, é ao mesmo tempo pré-social por dois motivos, a saber, primeiramente pela universalidade, e em seguida pelo tipo de relações a quem impõem sua norma.”(p. 43)
Utilizando exemplos e suposições Lévi-Strauss torna a proibição do incesto evidente e conseguir descontruir outras hipóteses diferentes da sua para a interpretação daquela. Lévi-Strauss chega a afirmar que a prática do incesto apesar se ser repudiada na consciência da sociedade em geral é mais frequente do que se anuncia pela