Psicanálise, linguística e antropologia
No estruturalismo – corrente de pensamento nas ciências humanas que propunha que qualquer língua tem a mesma estrutura de elementos (fonologia; morfologia; sintaxe e semântica) que estão relacionados de forma co-dependente (todos têm importância) formando “um arranjo sistemático de partes” (Benveniste, 1988) –, está presente a ideia de que as línguas são independentes da sociedade em que são faladas (uma mesma língua pode ser falada em qualquer civilização) e de qualquer contexto histórico; como também são independentes da composição biológica do corpo (o fato dos seres humanos terem um aparelho fonatório não é unicamente necessário para o desenvolvimento da linguagem).
Ao propor estudar a língua num certo momento de sua existência analisando-a nos seus elementos formais próprios a fim de descobrir suas características centrais, Saussure descobre um sistema comum em todas as línguas. Percebeu-se a partir desses estudos que independente da composição social de determinado grupo, as estruturas de uma língua não é alterada. Benveniste afirma em seu texto “Estrutura da língua e estrutura da sociedade” que a partir de uma análise feita à evolução histórica foi possível notar que língua e sociedade evoluem separadamente, sendo que uma mesma língua pode permanecer estável mesmo diante de mudanças profundas sociais.
Justamente devido a esta descoberta é que foi possível afirmar que fatores culturais e biológicos não afetam a estrutura da linguagem. Para o estruturalismo – não existe o biopsicossocial. Não podemos falar do bio sem a linguagem e não podemos falar do psicossocial como também biológico.
Após a teoria de Saussure, a linguística também passou a estudar as manifestações subjetivas, as manifestações individuais da língua. A psicanálise busca encontrar um determinante na fala individual para que o comportamento humano seja metáfora das manifestações do inconsciente. Por isso é possível afirma que existe uma relação