sexualidade
Leol1ardo Augusto Schioccher
Invasões Epistemológicas:
Para a maioria dos antropólogos e dos psicanalistas a possibilidade de uma reaproximação entre a psicanálise e a antropologia social estruturalista
Lévi-slraussiana se perdeu já mesmo durante O momento em que Lévi-Slrauss a colocou em pautal, Trataria-se de uma ficção. Haveria afinal alguma forma de aproximação teórica entre Freud e Lévi-Slrauss? E se esta aproximação fosse possível, onde estariam impostos seus limites?
Este ensaio pretende disc utir, a partir de um novo eixo, questões bastante custosas para os cientistas sociais, já que significa em certa medida retomar O debate de Durkheim sobre os limites entre as ciências sociais e as ciências do indivíduo.
Até que ponto algumas categorias freudianas - como, por exemplo, "o inconsciente" - informaram o disc urso Lévi-slraussiano? Ou até que ponto outras dessas categorias, como "sujeito" e "libido", estão em contradição com o insu-umental teórico estruturalista 2 para a análise social?
Já de início poderemos perceber que muitas das preocupações de LéviStrauss são também preocupações freudianas. Freud, para desenvolver a psicanálise, serviu-se não apenas daquilo que era imposto como limite pela psicologia, mas invadiu sem medo o campo das ciências sociais.
Como pensar a teoria freudiana sem a idéia de "Complexo de Édipo"?
E o que é o complexo de Édipo, senão uma metáfora, inscrita no sujeito, da proibição do incest03?
Da mesma forma, Lévi-Strauss apenas pôde dar um passo decisivo para o desenvolvimento da antropologia social, quando repensou o limite epistemológico e metodológico dessa ciência, a partir de uma infração dessa linha divisória imaginária no campo da psicanálise e no campo da lingüística.
Como pensar a teoria estruturalista sem a idéia de Inconsciente? Se o
Inconsciente Lévi-straussiano não é o mesmo que o freudiano, aquele ainda deve muito a este. Como pensar a teoria Lévi