lévy-bruhl e lévi-strauss
Uma análise comparativa dos trabalhos de Lucien Lévy-Bruhl sobre a mentalidade primitiva e de Claude Lévi-Strauss sobre antropologia estrutural O presente trabalho tem como objetivo explanar, relacionar e contrapor parte do pensamento de dois grandes antropólogos: Lucien Lévy-Bruhl e Claude Lévi-Strauss, em seus respectivos trabalhos sobre a mentalidade primitiva e sobre antropologia cultural, mais especificamente os capítulos Indiferença da mentalidade primitiva pelas causas segundas, de Bruhl, e O feiticeiro e sua magia e A eficácia simbólica, de Strauss. Ambos os textos falam sobre povos africanos onde a prática da magia é recorrente, sob um viés antropológico. Existem algumas diferenças teóricas no posicionamento dos dois autores, por exemplo, o fato de Lévi-Strauss ser notadamente estruturalista e Bruhl não. L. Lévy-Bruhl é um filosofo e sociólogo de grande importância, entre outros motivos por seus escritos enográficos sobre o funcionamento da mentalidade mística, ou pré-lógica. A base de sua teoria a esse respeito é a de que os povos primitivos são incapazes de fazer relações causais mais complexas. Por exemplo, entre os autóctones da África e da Austrália, quando um crocodilo ataca um homem, a explicação óbvia para isso, na visão deles, é a magia. Mesmo que se saiba que determinada lagoa tem casos recorrentes de morte por ataque de crocodilos, relatos mostram que esses povos acham perfeitamente natural continuar banhando-se neles. Isso porque o motivo real das mortes não é o ataque do crocodilo, mas a magia. O crocodilo precisa ter sido enfeitiçado para atacar determinada pessoa. Por isso, se você for enfeitiçado, o feitiço cumprir-se-á em quaisquer circunstancias, quer você entre naquele rio, quer não. Por outro lado, se você não foi enfeitiçado, não há nada com o que se preocupar: mesmo que os crocodilos tenham fome, eles não atacarão você, pois você não foi enfeitiçado. Com isso,