In Dubio Pro Societate

408 palavras 2 páginas
IN DUBIO PRO SOCIETATE - ESTIGMA DE PILATOS
Atualmente, tem sido admitida pelas doutrinas e jurisprudências, a utilização do In Dubio Pro Societate, que consiste em um princípio jurídico brasileiro, onde mesmo que o juiz não esteja convicto sobre o caso, ou seja, não tenha certeza, mas esteja simplesmente convencido da materialidade desse fato, e da existência de indícios suficientes de autoria e participação, ele deverá pronunciar o acusado a Júri Popular, para que a própria sociedade decida pela condenação ou não do acusado.
Nota-se que o In dubio pro societate origina-se do Latim, e significa que em caso de dúvida, quando da decisão de pronuncia, deve se decidir a favor da sociedade.
O principio do In dubio pro societate é uma espécie de contraponto ao princípio do In dubio pro reo. Este primeiro, como já mencionado, é o pilar utilizado pelos tribunais no ramo penal para pautar na pronuncia de acusados nos quais as provas materiais deixam dúvidas na autoria do caso.
Já o In dubio pro reo, é aquele onde em caso de dúvidas, o acusado deve ser sempre beneficiado. No entanto, quando o magistrado passa essa responsabilidade para a sociedade, o entendimento doutrinário é de que ele livra-se de fundamentar sua decisão.
Assim, na utilização do In Dubio Pro Societate, fica evidente que o direito de defesa e do contraditório do acusado é ferido, pois, quando o juízo anuncia a pronuncia, ele sonega a chance de absolvição sumária do indivíduo, e, ao submeter-se ao tribunal do Júri, o que foi decidido em plenário, não precisa ser fundamentado pelo magistrado.
Fazendo uma breve comparação com o Estigma de Pilatos, vale dizer que o Juiz, na hipótese do In Dubio Pro Societate, lava a sua mão como Pilatos e entrega o acusado ao julgamento no Júri, o que não poderia acontecer, pois não se pode admitir que um cidadão, sob dúvidas, seja submetido a um julgamento pelo tribunal do Júri, tais quais só tem competência para julgar os crimes contra a vida, e quando há provas de

Relacionados

  • In Dubio Pro Societate
    1058 palavras | 5 páginas
  • O in dubio pro societate na decisão de pronúncia
    20758 palavras | 84 páginas
  • O principio inconstitucional do in dubio pro societate no tribunal do juri
    1237 palavras | 5 páginas
  • Mestre
    4137 palavras | 17 páginas
  • Penas alternativas
    3965 palavras | 16 páginas
  • in dubio pro reu
    13113 palavras | 53 páginas
  • O GARANTISMO PENAL APLICADO AO TRIBUNAL DO JÚRI
    4064 palavras | 17 páginas
  • RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
    759 palavras | 4 páginas
  • Trabalho Penal II
    610 palavras | 3 páginas
  • indubio pro societa penal
    1002 palavras | 5 páginas