Império do efêmero
G. LIPOVETSKY
UM CHARME CHAMADO DESIGN
1920-1930 – Impôs-se na indústria o princípio de estudar estéticamente a linha e a apresentação dos produtos de grande série, de embelezar e harmonizar formas, de seduzir o olho segundo o célebre slogan de R. Loewy: “A feiúra vende mal”.
1950 – As modificações na estética dos objetos são um correlato do novo lugar atribuído à sedução. Alinharam-se abertamente nos métodos da moda feminina: mesma inconstância, permitindo tornar obsoleto um produto por simples mudança de estilo e apresentação.
As modificações nas aparências continuam tendo um lugar determinante na produção industrial. Ex: na publicidade podia-se notar “o carro mais bem vestido do ano” (De Soto); o último grito da moda (Ford); sucesso musical do ano (Fiesta Rock). O design avançou em todos os setores.
O sucesso de um produto depende em grande parte de seu design, de sua apresentação, embalagem, acondicionamento. Houve também a arte do desperdício, com degradação da qualidade técnica
Hoje o que vem acontecendo, é uma valorização do conforto, do natural, da segurança, da economia, da performance. Valorização mais sensata, menos ligada às aparências, mais técnica.
Bauhaus- movimento que surgiu no início do século xx, opõe-se ao espírito de moda, às ornamentações superficiais. O design busca a melhoria funcional dos produtos, não se preocupa em agradar o olho, mas de encontrar soluções racionais e funcionais.
A diferença da fashion, que só conhece as reviravoltas do estilo, o design é homogêneo, reestrutura o meio com um espírito constante de simplificação, de geometria, de lógica. O que de modo algum impede os objetos de constituírem-se em estilos característicos de uma mesma época e de conhecerem o destino do fora de moda. O design não sai da ordem da sedução
Com o design, o mundo dos objetos se despreende da referência ao