Resumo: O império do Efêmero
Gilles Lipovetsky
O Feérico das Aparências
“A ‘sensatez’ das nações modernas se compõe na loucura das paixonites superficiais” (Gilles Lipovetsky).
A moda e o comportamento orientado pela moda nas sociedades contemporâneas são vistos como universo de futilidade e superficialidade, de fetiches e aparências. Porém, segundo Lipovetsky, ela vai além desses estereótipos generalizados. A moda está sempre interferindo na vida cotidiana, nos hábitos, gostos, costumes e personalidades.
A moda constituída pela alta-costura baseava-se em costureiros que produziam roupas as quais só a alta sociedade poderia usar. A era da moda de 100 anos começou quando Worth criou a primeira Maison. Ele criava as roupas e havia então “desfiles” das peças, apenas para a elite rica.
As roupas eram produzidas de acordo com o estilo que cada costureiro escolhesse, não havendo interferência do cliente na escolha da roupa. Esses desfiles eram sazonais, aconteciam duas vezes no ano, nascendo assim o calendário da moda que é seguido até hoje.
Então, na década de 60, o estilista francês J.C. Weil cria o Prêt-a-Porter com a intenção de fundir a indústria e a moda, “colocar a novidade, o estilo e a estética na rua” (Gilles Lipovetsky). Assim a alta-costura perde seu poder de ditar a moda e o prêt-à-porter passa a lançar tendência, torna-se possível comprar roupas diferentes, escolhidas pela própria pessoa.
As roupas produzidas em massa, porém de boa qualidade, atingem um maior número de pessoas, com preços mais acessíveis, estilos diferentes e, até, contendo o nome da marca nas peças, ou seja, apesar de não serem exclusivas ainda eram sofisticadas. Assim a sociedade é reorganizada de forma mais democrática, permitindo o acesso à moda a outras classes. Aparece a possibilidade de expressar individualidade e personalidade por meio da vestimenta. Permite-se a liberdade de escolha, não só de roupas, mas de estilo de vida, comportamento. Já não há proibição, há um leque de