Adam smith
José L. Carvalho*
1. Introdução
A sociedade moderna é complexa, dinâmica e apresenta uma evolução acelerada. Fundamenta-se numa filosofia de progresso movida por uma lógica lastreada no fato de que o homem é livre por natureza. Por isso mesmo ela é individualista e fragmentada pelo pluralismo. Marcada por inovações tecnológicas e pela redução nos custos da informação. É também dominada por uma grande insatisfação pela existência de pobreza decorrente da não- realização de muitos indivíduos como pessoas humanas. Os excessos da Modernidade, embora sem ameaçar seus princípios, têm sido responsáveis pelo crescimento da decepção e da desconfiança.
A grande revolução da modernidade foi o reconhecimento de que a liberdade é inerente à natureza humana e, portanto, deve ser preservada. Contrariamente à sociedade medieval, quando o homem era valorizado pela sua função na sociedade, a sociedade moderna emerge da valorização da liberdade trazendo consigo prosperidade, riscos e incertezas jamais vistos. Organizada por homens livres sob um contrato social onde todos igualmente se submetem ao Estado de direito, a sociedade moderna caracteriza-se politicamente por um processo democrático no qual o poder político concentrado no Estado está também sujeito ao Estado de direito. Analogamente, favorecendo a liberdade, o sistema econômico se organiza através de mercados livres.
O propósito deste trabalho é chamar a atenção para a importância da economia de mercado livre para o florescimento e o desenvolvimento do valor solidariedade numa sociedade moderna. Na seção seguinte procuramos de forma simples mostrar como duas instituições humanas, a propriedade privada e o mercado, promovem o bem-estar do homem. Nosso esforço aqui é o de explorar a imagem da mão invisível de Adam Smith, identificando sua plena compreensão. Inevitavelmente somos levados a propor uma divisão do trabalho entre o Estado e o cidadão. Estabelecidas as