Adam Smith

Adam Smith Adam Smith (1723-1790) foi o primeiro economista a elaborar um modelo abstrato, completo e relativamente coerente da natureza, da estrutura e funcionamento do sistema capitalista. Percebeu a divisão das principais classes sociais e sua importância, os vários setores de produção, a distribuição de renda e riqueza, o comércio, a circulação da moeda, os processos de formação dos preços e o processo de crescimento econômico (Hunt, 1982). Ele escreveu duas grandes obras na tentativa de compreender e discutir o regime vigente: a primeira Teoria dos Sentimentos Morais (TSM), publicada em 1759 e a segunda A Riqueza das Nações (RN), de 1776. Elas procuram justificar um sistema de liberdade natural, onde é possível que as próprias pessoas troquem o seu excedente pelo excedente do outro sem intervenção do Estado, em contraposição ao sistema mercantil existente à época (Ganem, 2005). Smith afirmava que o contexto mercantilista facilitava a indolência, a preguiça e a tendência de enganar o público, bem como, proporcionava elevadas taxas de lucro em decorrência dos privilégios concedidos pelo Estado, incentivando o monopólio. Essa situação levava os indivíduos à imprudência e aos particularismos, alimentados pela justiça parcial e tendenciosa, defendida pelos mercadores e fabricantes, para satisfazer sua ambição pelo lucro. A riqueza gerada nesse tipo de relação era individual e, a priori, não elevava a riqueza da nação (Mattos, 2005). As pessoas de forma isolada procuram, por seus interesses, buscar o mercado a fim de satisfazer suas próprias necessidades, mesmo que dependentes das oscilações dos preços. Assim, um conjunto de pessoas é capaz de transformar esse livre intercâmbio em uma ordem social, onde a mercadoria é aceita como valor e o desejo do ganho abarcado por toda a sociedade (Ganem, 2005). A idéia principal de Smith é propor um modelo de mercado como uma instituição, capaz de transformar o interesse individual em interesse social, sem a necessidade da