Igualdade e conflito social na Revolução Americana
Gordon S. Wood
No mínimo ninguém disse que o livro era tão longo. De fato, uma das principais críticas do meu livro é que este não é longo o bastante. Eu não estou acostumado com pessoas dizendo isso sobre meu trabalho, (então estou perdendo meu tempo sobre em como responder). Talvez eu deva adicionar um anexo?
Mas em qual livro eu devo adicioná-lo? Porque as três críticas têm caracterizado meu livro tão diferentemente, é difícil saber. Para Michael Zuckerman o livro é “quase estéril de consciência e de uma ironia convincente,” e para Barbara Clark Smith ele expressa “um determinado otimismo.” Para Joyce Appleby, entretanto, não há nada de otimista, mas ao invés disso “um conto irônico” sobre uma revolução que falhou, uma (“queda da honra civil”) que dá ao livro um (“profundo gosto amargo”). Parece evidente que os leitores podem fazer de qualquer livro o que eles serão.
Uma questão levantada por estes críticos é o relacionamento entre os três paradigmas culturais ou tipos ideais—monarquia, republicanismo e democracia—que usei para descrever as mudanças que ocorreram entre os meados do século XVIII e as primeiras décadas do século XIX. Eu não dizia que estas formas culturais eram blocos simplesmente deslocados um ao outro, republicanismo nocauteando a monarquia e democracia nocauteando republicanismo. Pelo contrário, (eles eram tão parecidos que mal se percebia a diferença), então há duas ou mais formas culturais que poderia existir simultaneamente. Especialmente Zuckerman parece incapaz de imaginar uma sociedade possuindo e ao mesmo tempo diferentes, até incompatível e contraditória, traços culturais. Para ele é tanto um como outro, tanto totalmente monarquical, totalmente republicano como totalmente democrático. Se a sociedade democrática tratou uma tratou uma realeza Andrew Jackson como um (Washington manque) e centenas de cópias de templos gregos, então isto não poderia ser realmente democrático. Se a