igreja na modernidade
A exposição de algumas funções históricas e sócio-políticas da Religião na modernidade é o objetivo de nossa abordagem. Na realidade, faremos algumas indicações, sem pretender esgotar a vastidão do tema. Por isso, inicialmente, faremos uma abordagem geral, para depois, apresentarmos a Religião como promotora de Cultura, a desvelar conflitos, sua função na ordem democrática, na estética, na realidade socioeconômica, no exercício do diálogo com as diferenças, para concluirmos com o ministério de João Paulo II, que abriu novas perspectivas para o relacionamento da Religião com o mundo. Sempre que possível também indicaremos as reações de adesão e de rejeição das influências modernas, especialmente no Catolicismo.
I - Abordagem Geral
A modernidade supõe seus antecedentes: o Renascimento, o Humanismo e a Reforma Protestante. Ela instaurou uma nova ordem política, social, econômica e religiosa no Ocidente. Com ela se rompe o projeto da cristandade. Os Estados modernos são estabelecidos.
São várias as leituras a respeito da função da Religião, elaboradas pelos autores modernos, sobretudo entre os iluministas. No entanto, um elemento comum se destaca: com a separação entre a razão e a fé, instaura-se também a separação entre a Igreja e o Estado. Esta é a grande herança que separa a Religião da Política. Se houver conflitos, e eles sempre retornam, é quanto à interpretação dessa separação e distinção, na atuação prática de ambas as instâncias, dado que há sempre pontos de contato.
No entanto, há autores que remontam a Jesus e não aos pensadores modernos a idéia de emancipação da Religião em face do Estado. Isto devido a sua atitude de fugir quando alguns queriam nomeá-lo rei, a convicção de que seu reino não é deste mundo e, especialmente a assertiva: Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. Por tal afirmativa, parte do homem ficou emancipada do Estado, fonte de onde emanou sua autonomia (Cf. LLANO CIFUENTES, Rafael.