Ideologia: Expressão da Linguagem
Um pouco por todo o mundo, no último ano e meio, têm vindo a multiplicar-se as movimentações sociais e os conflitos políticos: manifestações, ocupações, motins, acampadas e revoluções, diversas nas suas motivações, formas e efeitos, tal como nas linguagens em que se produzem e exprimem. Não será certamente fácil descortinar um traço contínuo que percorra tamanha variedade mas um olhar mais próximo sobre cada um destes episódios facilmente descobre não um, mas sim inúmeros fragmentos de práticas sociais, de experiências ,de tradições populares a uma nova linguagem mediática e cibernética, de repertórios de contestação próprios dos movimentos sociais da modernidade dos termos dos mais recentes debates teóricos, dos acontecimentos que hoje vivemos que parecem dispensar uma espécie de metalinguagem que os descreva ou os interprete. É neste contexto que organiza-se esse debate sobre a relação entre a ideologia como forma de expressão e o ponto de chegada aos manifestos. Discursos e palavras que têm sido elaborados nas revoltas e revoluções em curso para este efeito, reúnem-se em um conjunto de teóricos de diferentes proveniências.
Concepção Filosófica do conceito de Ideologia:
O conceito ideologia foi criado pelo francês Antoine Louis Claude Destutt de Tracy . Este filósofo o empregou pela primeira vez em seu livro "Elementos de Ideologia", de 1801. para designar o "estudo científico das idéias". Destutt de Tracy usou alguns métodos e teorias das ciências naturais (física e biologia basicamente) para compreender a origem e a formação das idéias (razão, vontade, percepção, moral, entre outras) a partir da observação do indivíduo em interação com o meio ambiente. Ideologia é um termo que possui diferentes significados e duas concepções: a neutra e a crítica. No senso comum o termo ideologia é sinônimo ao termo ideário, contendo o sentido neutro de conjunto de ideias, de pensamentos, de doutrinas ou de visões