Linguagem e Ideologia
FIORIN, José Luiz. Linguagem e ideologia. 2. ed. São Paulo: Ática, 1990.
Fiorin aborda, no livro Linguagem e ideologia, a relação que a linguagem mantém com a ideologia, ou melhor, a influência que uma exerce sobre a outra. O livro tem como ponto de partida estudos de grandes pensadores, como Marx e Engels, e, a partir daí, Fiorin, de uma maneira incrível, trabalha diversos conceitos que relacionam a importância da linguagem na formação ideológica do indivíduo, levando em conta os fatores sociais que, segundo o autor, são determinantes para a efetivação dessa formação ideológica.
O sistema linguístico de uma língua sofre alterações devido a fatores internos da língua, e não a externos. O que chama a atenção a esse fato é que a criação de categorias linguísticas provavelmente depende de fatores sociais, porém essas categorias perdem os laços que têm com os fatores sociais que contribuíram para seu aparecimento, ganhando, dessa forma, autonomia. O autor faz distinções entre alguns termos, as quais acabam ajudando no entendimento do livro. Uma dessas distinções importantes é entre o discurso e a fala. O discurso são “[...] as combinações de elementos linguísticos, usados pelos falantes com o propósito de exprimir seus pensamentos” (FIORIN, 1990, p. 11), enquanto a fala seria a concretização desse discurso, sua exteriorização. O discurso, para ser compreendido em sua totalidade, tem que estar bem-estruturado sintática e semanticamente. O autor distingue também sintaxe discursiva de semântica discursiva, sendo a sintaxe predominantemente consciente, e a semântica inconsciente, pois, para se expressar, o falante tem que estruturar o que vai ser dito, já o conteúdo é influenciado pelo contexto social. Dois discursos podem se referir à mesma coisa e, mesmo assim, serem discursos distintos, se cada um tratar do assunto sob pontos de vista diferentes.
O texto é um dos veículos de expressão do discurso. Existem dois