linguagem e ideologia
FIORIN, José Luiz, Linguagem e Ideologia, 8ª edição. São Paulo. Editora Ática, 2004.
Segundo o autor, a linguística passou a estudar a linguagem, cuja análise das relações entre os elementos linguísticos chamou-se de linguística estrutural, ou linguística burguesa, sendo o veículo das ideologias, o instrumento da mediação entre os homens e a natureza, os homens e os outros homens, e é dividida entre: língua e fala. Já para Engels (autor de A Ideologia Alemã) nem todas as alterações que se dão nas instituições sociais se devem a causas econômicas e que não se deve considerar a linguagem algo totalmente desvinculado da vida social nem perder de vista sua especificidade, reduzindo-a ao nível ideológico.
Na visão do autor, faz-se necessário distinguir o sistema virtual (a língua) e sua realização concreta. O sistema é social no sentido de que ele é comum a todos os falantes de uma dada comunidade linguística, porém é bem mais complexo do que uma lista de palavras. Portanto esse sistema virtual, abstrato, realiza-se na fala, mas para essa realização concreta é necessário saber distinguir o discurso da fala. Difere-se assim, que discurso são as combinações de elementos linguísticos usados para exprimir seus pensamentos enquanto que a fala é a exteriorização psicofísico-fisiológica do discurso individual já que é sempre um EU quem toma a palavra e realiza o ato de exteriorizar o discurso.
A fala não sofre qualquer determinação social, pois ela é o ato concreto, momentâneo e individual da manifestação da linguagem. O sistema, por sua vez, possui autonomia em relação as formações sociais, ex: não há explicação socioeconômica de lacte(m) em latim, ter dado leite em português, leche em espanhol, lait em francês e latte em italiano. Esse sistema pode se alterar devido: a fonologia, a analogia. A frase não é um amontoado de palavras, mas uma cadeia construída segundo certas regras, enquanto que o discurso é algo estruturado em que temos que
José