IDEOLOGIA, EDUCAÇÃO E EMANCIPAÇÃO HUMANA EM MARX, LUKÁCS E MÉSZÁROS”
LUKÁCS E MÉSZÁROS”
Maria Teresa Buonomo de Pinho*
O objetivo deste artigo é examinar o caráter de ideologia da práxis educativa e o papel relativo que a mesma pode ter como instrumento ideal da emancipação humana universal.
Partimos da determinação ontológica do ser social e dos fenômenos ideológicos da sua vida, em particular da práxis educativa. Tratamos então do alcance e dos limites da educação enquanto prévia-ideação da construção genuína da liberdade do ser humano, tanto do indivíduo quanto do gênero. Sempre compreendendo que a emancipação humana não pode ser efetivada apenas através de transformações na esfera educacional da sociedade, devendo passar por uma revolução social que transforme radicalmente a forma de sociabilidade.
1 O problema da ideologia na vida social
O ponto de partida é a concepção de ser social dos autores referidos, que definem o homem enquanto ser natural que se distingue dos demais seres naturais pela mediação da categoria trabalho na sua atuação na natureza.1
O homem é, antes de tudo, um ser da natureza e, enquanto tal, um ser objetivo, isto é, tem objetos naturais fora de si, carece dos elementos da natureza para manter a sua vida.2 Demais, sua relação com a natureza tem caracteres de uma posição teleológica3, isto é, o homem tem a capacidade de pôr finalidades no mundo e assim transformar a natureza externa, transformando ao mesmo tempo sua própria natureza humana.4 Assim, o homem torna-se capaz de produzir objetividades sociais,
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Professora Assistente do Departamento de Economia da Universidade Federal de Sergipe.
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qualitativamente diferentes das objetividades naturais, mas que as pressupõem. A teleologia humana, que caracteriza o trabalho, não é apenas uma proposta subjetiva de reordenação do mundo, mas uma reordenação de fato do mundo. Ao ser posta, a teleologia humana desencadeia séries causais da natureza, transformando o mundo
natural