História universal
20.07.2012
Para Tito, amigo inesquecível.
Iraci del Nero da Costa*
Como quer K. Marx, deve-se considerar as crises que levaram de um a outro modo de produção como "crises de crescimento", verdadeiras "crises de superação" com largas consequências no plano político, mas calcadas no desenvolvimento econômico ou "desenvolvimento das forças produtivas", se quisermos nos valer do termo marxista.(1)
Ou seja, o avanço econômico geraria choques que, num primeiro momento, teriam ocasionado o surgimento de distintos segmentos socioeconômicos e, em outros episódios históricos cruciais, operariam de sorte a colocar em confronto segmentos sociais subordinados e ascendentes ("progressistas" por desejarem a implementação de mudanças profundas) e aquelas parcelas sociais, econômica e politicamente dominantes, cujo comportamento se distinguiria pelo conservantismo. Tal postulação seria válida, a meu juízo, para o que tenho chamado de modos de produção "naturais".(2)
Destarte, o avanço e o desenvolvimento das "forças produtivas" acarretaria a superação das condições políticas e ideológicas pretéritas, tivessem elas um caráter igualitário, como na comunidade primitiva, ou de dominação como no escravismo, no feudalismo e no capitalismo. * Versão impressa * Tamanho da Fonte * Enviar para um amigo
Como não poderia deixar de ser, não nos escapa aqui o fato de que tanto no escravismo como no feudalismo estavam vinculadas imediata e umbilicalmente duas dimensões da vida social: a econômica e a política. Assim, tanto na redução à escravidão como na imposição da passagem de renda (nas distintas formas que tal passagem assumiu no correr do tempo) de um para outro segmento social sem qualquer justificativa de caráter econômico - necessária esta última para a consubstanciação de um sistema feudal - impunha-se como elemento primeiro e primacial a subjugação política dos explorados pelos dominadores; não obstante,