A ideia de uma história universal com um propósito cosmopolita
Kant se propõe a explicar o que seria essa ideia de história universal, a partir do ponto de vista específico cosmopolita, assim o texto tem por objetivo atingir a sociedade civial mundial, onde todos os homens são cidadãos. Desde o início do texto, antes da apresentação de suas propostas, Kant diz que apesar da liberdade de vontade e da racionalidade, os homens possuem um determinado plano dado pela natureza, leis naturais constantes que possuem um fim. Somos apenas uma (ínfima) parte de uma enorme realidade que nunca iremos conhecer por inteira. Toda a natureza e sua força criativa tem uma pre-determinação para a humanidade. As leis da natureza atuam sobre todas as pessoas, em todas as sociedades, em todos os tempos. Através dos nossos sentidos pertencemos inteiramente à ordem da natureza, porém, sendo seres dotados também de razão, também temos uma parte do mundo que existe independente dos nossos sentidos. Enfim, somos seres híbridos: um pé na natureza, um pé na liberdade. Sendo assim, a nossa razão faz com que nos questionemos constantemente sobre o mundo a nossa volta e também nós mesmos. O problema é que não temos nada de sólido a que nos apegar e a questão é encontrar o fio condutor que guia a história.
Na quarta proposição nos diz que “O meio de que a natureza se serve para realizar o desenvolvimento de todas as suas disposições é o antagonismo delas na sociedade”, a natural insociabilidade sociável dos indivíduos. O homem quer integrar-se na sociedade, prefere a concórdia entre os homens, mas acaba também por isolar-se ao se deparar com as ganâncias do poder e da propriedade, da vaidade, do egoísmo, da vingança e outras controvérsias. Esse antagonismo, o fato de não suportar porém ter de tolerar, esse estranhamento entre si que incita o conflito, a tensão interna, é “plano secreto” da natureza. Esse plano natural desperta e conscientiza os indivíduos para o desenvolvimento de novas