FILOSOFIA DA HISTORIA EM KANT: CONSIDERAÇÕES ACERCA DA IDÉIA DE UMA HISTÓRIA UNIVERSAL
Emanuelle Beserra de Oliveira1
RESUMO:
Tentar elucidar o que fomenta e de que forma seria o télos da evolução humana é o que leva Immanuel Kant a desenvolver uma filosofia da história. Pensando o homem em sociedade, nosso filósofo de Könisgberg publica em 1784 a obra “Idéia de uma história universal de um ponto de vista cosmopolita”. Cada indivíduo para Kant é dotado de autonomia, ele demonstra a coexistência de indivíduos e Estados em consonância com a lei geral comum a todos. O que o filósofo pretende é implantar na Terra, onde existe a desordem, a ordem natural do Universo. E será através da razão que essa transposição se consolidará.
Palavras-Chaves: História, indivíduo, espécie, natureza
Kant, Hegel e Marx foram filósofos que tinham em comum um pensamento filosófico da história. Mas é Kant que inaugura a história como objeto de reflexão filosófica. “É Kant, antes de Hegel, quem exclama: como é que a razão, presente na cena da natureza, poderia estar ausente da gesta da humanidade?”. Em Kant há a preocupação de encontrar, na história e na sociedade as leis naturais, que não são reveladas e explicadas por mediação teológica. A sociedade segundo Kant, era como um Universo desordenado, onde os corpos que a integram2 viviam em total desarmonia. Sendo que cada “unidade política” possui uma visão exclusivista da sua função no conjunto geral, muitas vezes hostil às demais, a guerra, e não a paz, costuma ser o veículo mais comum das suas comunicações.
Na obra estudada (Idéia de uma história universal sob o ponto de vista cosmopolita), Kant alega que os acontecimentos históricos, sejam nos aspectos positivos ou negativos, devem ser vistos do ponto de vista cosmopolita3, no qual há benefício a todos. E é pensando no homem em sociedade que Kant publica essa obra, que é considerada uma porta de abertura para a Filosofia da