História indigena
Simplificações
explicativas
Argumentação dos especialistas
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Indígenas não trabalham (são indolentes e ociosos) O trabalho indígena é diferente: em geral, não há separação entre produção, lazer e crença, por exemplo, e nem tem por finalidade predominante a produção de excedentes.
O que para a maioria dos brasileiros parece lazer (pescar e caçar) envolve muitas horas de trabalho na preparação das ferramentas e na observação das condições do tempo.
Além disso, os indígenas trabalharam muito ao longo da história do Brasil. Assalariados, voluntários, cativos, ou alugados, foram guias, tradutores, soldados, comerciantes, agricultores, vaqueiros, garimpeiros, produtores de tecidos e aguardente, etc. Hoje são também cientistas sociais, antropólogos, historiadores e professores.
Indígenas não evoluíram (são primitivos)
Não há povos primitivos e povos avançados. Há povos diferentes. A lógica na qual se assenta a rede de parentesco dos indígenas, por exemplo, é bastante sofisticada e complexa. Para conhecê-la o antropólogo (não indígena) tem que se utilizar até de fórmulas algébricas. Por outro lado, a ideia de que os homens evoluem numa escala ascendente de civilização, determinada por algum centro de poder (a
Europa do Atlântico, por exemplo), é facilmente contestada quando lembramos as atrocidades cometidas contra milhões de pessoas nas duas guerras mundiais ocorridas no século XX.
Indígenas não estudam (são ignorantes)
Coleção Explorando o Ensino
Indígenas nomeiam a si próprios
Nem todos os nomes indígenas são denominações criadas e mantidas pelas próprias sociedades indígenas. Boa parte deles foi atribuída por outros povos indígenas ou por funcionários da FUNAI, por exemplo: Kayapó (semelhante a macaco) é nome atribuído pelos povos de língua tupi aos seus adversários; Cinta-Larga (cintas de cipó) foi atribuído por sertanistas. Da mesma