Historiografia
INTRODUÇÃO À HISTORIOGRAFIA
CAIRE-JABINET, M-P. Introdução à historiografia. Tradução de Laureano Pelegrin. Bauru: Edusc, 2003. 168p. A ESCRITA DA HISTÓRIA NA FRANÇA
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que se entende por historiografia? A resposta mais comum a essa pergunta é: a história do escrito histórico. E nela compreenderia o estudo do pensamento e da formação de linhas de pesquisa e métodos (tal como se conjuga todo ramo do conhecimento que tem sua história). Pode-se também defini-la como: a análise de autores e obras de referência. No entanto, a preocupação atual, está mais voltada para o estudo de temas, a temática, do que ao arrolamento de autores, obras e datas. Quanto ao objeto de análise da historiografia, pode-se dizer que houve mudanças semelhantes. Enquanto no passado, muitos autores consideravam dignas de serem estudadas apenas as obras ligadas à academia (teses, dissertações, livros e artigos), atualmente se considera que todo escrito histórico faz parte da historiografia, a exemplo de: novelas, filmes, romances, livros didáticos etc. O texto que talvez defina melhor as características da pesquisa em historiografia é o de Michel de Certeau a Operação Historiográfica (incluído no livro A escrita da história de 1975), no qual disse que esta operação circunscrevia a identificação e o estudo do lugar social, da prática de pesquisa e da escrita – evidentemente associadas ao autor e a época a qual viveu e produziu a sua obra. Como a história da historiografia foi escrita na França após publicação do texto de Michel de Certeau na década de 1970? Essa é uma pergunta importante, e devido ao lugar que este país ocupa ainda hoje no campo dos
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FRAGMENTOS DE CULTURA, Goiânia, v. 18, n. 7/8, p. 637-641, jul./ago. 2008.
estudos históricos, já se torna imediatamente justificada de ser feita (e, se possível, respondida). Desde os anos de 1960, a preocupação com a elaboração de balanços, sobre a produção historiográfica e o levantamento de novos caminhos de estudo, foi