Historiografia
A diferença entre os dois autores está clara quanto ao método apresentado para cada texto: Josep Fontana, de forma mais livre e direta, expõe a situação da Historiografia nas localidades por onde a mesma ganhou espaço – e de onde temos acesso -, tratando inicialmente da ruptura do Ocidente com a cultura clássica sempre citando de forma organizada, clara, e de uma certa forma, concisa; porém, Marie-Paule vai ser mais explicativa, dividindo o seu texto em tópicos, e quase sempre seguidos de comentários para o melhor entendimento do autor. As ideias de Marie são sempre apresentadas de forma lúcida e interpretadas tratando-se das fases pelas quais passou a Historiografia desde a época medieval até o século XX.
Outro ponto que me chama atenção quanto à diferença entre os dois autores é no caso de Josep Fontana dar uma importância maior para certos autores, como faz com Gregório de Tours: “Gregório, este ‘Heródoto da barbárie’, escreveu num latim precário as coisas que viu, ouviu ou viveu, falando-nos de tempos cheios de crimes dos magnatas ou dos clérigos (...)”, “a história de Gregório explica um emaranhado de guerras, devastações, assassinatos, envenenamentos e maldades de todo tipo, em meio a uma natureza em que abundam desastres, anunciados quase sempre por sinais celestiais ou por presságios.” 1 E Marie-Paule, concentra-se mais em explorar os níveis de amadurecimento da Historiografia, como faz no tópico “A diversidade da produção historiográfica”: “Quando a história conquista sua autonomia surgem diferentes gêneros históricos. Os anais e as crônicas pretendem apresentar descrições precisas e breves, desprovidas de artifícios literários, dos acontecimentos resituados no tempo. Nos textos de