Historia
Movimento Perpétuo
Eppur si muove!
Ainda assim se move!
(Galileu Galilei, 1632)
Conta-se a história de um português, um francês e um alemão que estavam discutindo sobre os méritos de suas respectivas línguas1. O alemão começa afirmando: “O alemon é com zerteza a melhorr daz línguaz. É a língua do lógica e do filosofia e pode comunicarr com muito clarreza e precison até o maiz imporrtante dos ideiaz”. “Boeff”, deu com os ombros o francês, “mas a langue française, ah o francês!, é a língua do amorrr! Em francês, podemos transmitir todas as sutilezas do rromance avec elegance e bom gosto”. O português pensou sobre o assunto e disse: “Sim, colegas, isso tudo é bem verdade. Mas pensem do seguinte modo. Tomem a palavra ‘colher’, por exemplo. Em francês, usa-se cuillère. E como vocês alemães chamam isso? – Löffel. Mas em português, uma colher é simplesmente chamada de ‘colher’. E se você pararem para pensar um pouco... não é exatamente isso o que ela é?”.
A razão de o argumento do português ser tão absurdo, obviamente, é que os nomes que usamos para as coisas não têm nenhuma relação inerente com elas. Os nomes são completamente arbitrários, e é por isso que Löffel ou cuillère são designações tão boas para quanto ‘colher’. E se você ainda tem algum sentimento persistente de que lá fundo haja alguma coisa especialmente “colheresca” em
, verá que está enganado. Tome, por exemplo, a palavra para “colher” em inglês – spoon. Ora, além de termos uma quarta denominação para esse objeto, nem mesmo essa palavra permaneceu tal e qual – ou seja, em inglês, uma spoon (“colher”) não foi sempre uma spoon...
No século XIV, encontramos um trabalho monumental escrito em inglês: uma história do universo em sete volumes, chamada Polychronicon (na verdade, uma tradução do latim de um trabalho feito por um monge de Cheshire, chamado Higden). Numa parte obscura do quinto volume do Polychronicon, há uma descrição de como o imperador Carlos
Magno passou dez