higienista
Renato Poubel de Sousa Assumpção
Mestrando em Educação (FFP-UERJ), professor da rede municipal de São Gonçalo e da rede estadual do Rio de Janeiro
Desprezamos a cultura do corpo porque somos fracos; somos fracos porque desprezamos a cultura do corpo
Fernando de Azevedo
Após o final dos anos 70, a Educação Física mergulhou em uma crise de identidade, buscando romper alguns paradigmas dominantes até aquele momento. Para que se possa buscar novos caminhos que levem a uma Educação Física libertadora, faz-se necessário re-visitar o passado na tentativa de compreender o presente para que, assim, possamos escrever um novo futuro. Dessa forma, o presente trabalho busca dialogar com as categorias de análise do professor, educador, sociólogo e – porque não? –, educador físico brasileiro Fernando de Azevedo acerca da Educação Física como instrumento de refinamento da nação, destacando a influência que essa disciplina apresentou no período de modernização e assumindo as características higienistas carregadas dos princípios eugênicos, cujos benefícios possibilitariam a formação de um povo saudável e disposto à ação.
Através de Guiraldelli Jr (2003) verificamos na história a presença de pelo menos cinco tendências da Educação Física no Brasil: higienista, militarista, pedagogicista, competitivista, e, por fim, a popular. Entre o início do século XIX, até o século XX (1930), se fez presente no Brasil a tendência higienista.
Esse pensamento influenciou fortemente a construção da Educação Física no Brasil; influenciou também Fernando de Azevedo, principalmente no que diz respeito às suas características eugênicas, como pode ser visto no fragmento abaixo:
A função do exercício é de todo eugênica. Opõe-se-lhe a do vício, que é disgênica. (...) Se é verdade que quereis promover a regeneração moral do indivíduo e da nação, é começar por uma larga política de defesa e de educação sanitária (...). Não