Hermenêutica Filosófica
Entre a linguagem da experiência e a experiência da linguagem
Andréia Nicaretta1
Introdução
O presente escrito apresenta um resumo do terceiro capítulo, intitulado Hermenêutica filosófica enquanto diálogo, linguagem e ontologia, presente na obra Hermenêutica filosófica de autoria de Luiz Rohden.2 O capítulo referido aborda sobre a linguagem dialógica e enfatiza a importância natural e ontológica (do perguntar e responder pela inerência humana à finitude) do diálogo no acontecer da experiência hermenêutica. Ao término do resumo, está anexada uma breve conclusão acerca da hermenêutica dialógica, bem como, da importância dessa para a práxis teológica.
Capítulo 3 – Hermenêutica filosófica enquanto diálogo, linguagem e ontologia
A partir das reflexões acerca da linguagem como princípio da experiência, juntamente com seus desdobramentos no modelo estrutural do jogo e do círculo hermenêutico, o conceito de “identidade da hermenêutica filosófica” será ampliado. “O diálogo hermenêutico é o lugar apropriado, por excelência, para o acontecer da experiência hermenêutica”3.
3.1 O diálogo como o lugar da experiência hermenêutica
Conforme Gadamer, “somente do diálogo chegamos às coisas”4. Através da linguagem que usamos para nos comunicar, filosofamos. A hermenêutica filosófica efetiva-se na troca de palavras, tornando aquilo que se quer dizer mais presente e familiar.
O modo próprio de ser da linguagem, da hermenêutica filosófica, pode ser representado pelo jogo, pelo círculo hermenêutico, mas possui seu modo mais apropriado de realizar-se no diálogo. [...] O diálogo mostra melhor a dimensão do processo relacional do saber, enquanto o jogo e o círculo hermenêutico ressaltam a subjetividade afetada daquele que joga ou compreende compreendendo-se circularmente.5
Situação, níveis e empecilhos do diálogo
Enquanto o jogo e o círculo, mesmo com traços ontológicos, se apresentam com caráter epistemológico, o diálogo é ontológico, pois