Hermenêutica Filosófica
1 Hermenêutica filosófica
O saber hermenêutico não pode ser circunscrito a um mero conjunto de ferramentas interpretativas, voltadas para a descoberta de uma verdade pré-estabelecida, havendo a necessidade de um novo modelo paradigmático, a hermenêutica filosófica, a qual se ocupa criticamente da reflexão sobre os problemas mais gerais que acometem a interpretação jurídica. De “como se deve interpretar” para “como se processa a interpretação”. De “perspectiva teórica para desvendar um sentido anteriormente existente” para “abordagem dos problemas da compreensão”. “A hermenêutica chega à sua dimensão mais autêntica, quando deixa de ser um conjunto de artifícios e técnicas de explicação dos textos e quanto tenta ver o problema hermenêutico dentro do horizonte de uma avaliação geral da própria interpretação.”
2 A hermenêutica romântica de Friedrich Schleiermacher
Início do século XIX. Verifica-se um generalização do uso da hermenêutica no quadro dos sabers humanos. Schleiermacher é considerado o pai da moderna hermenêutica, apresentando em seu projeto teórico de conceber uma hermenêutica geral como uma verdadeira arte da compreensão. Ele procurou dar bases sistemáticas a hermenêutica e resgatar a filosofia transcendental e o romantismo, demonstrando preocupação com o caráter epistemológico do saber hermenêutico geral. A hermenêutica geral não admite o uso de uma metodologia específica para um texto supostamente privilegiado, como a Bíblia. A única concessão feita ao conteúdo específico consiste no uso diversificado dos métodos aprovados pela ciência hermenêutica. Procura-se reconstruir o ato criador original, valendo-se da noção de círculo hermenêutico. Para Friedrich a hermenêutica se relaciona com o agente social concreto e atuante no processo dialógico da compreensão, o que torna uma arte da compreensão, que englobe todos os setores da expressão da cultura humana. Assim, a interpretação se orienta não somente para o