henri wallon
O primeiro estágio de desenvolvimento descrito por Wallon compreende o período que vai do nascimento até um ano de idade e contém dois momentos: o da impulsividade motora e o emocional.
A criança inicia sua vida em uma situação de total dependência do meio externo. Em consequência de sua inaptidão prolongada, mostra- se incapaz de resolver suas próprias necessidades para sobrevivência, necessitando do meio social para interpretar, dar significado e trazer respostas a elas. Suas reações de bem- estar e mal- estar irão inicialmente se manifestar mediante descargas motoras indiferenciadas.
Tais manifestações suscitarão nos adultos que a cercam reações de cunho afetivo e de natureza emocional, provocando respostas a suas necessidades. Paulatinamente essa interação criança- meio externo construirá um campo de comunicação recíproca. Respondendo as manifestações e reações do bebê, o adulto passa a compreendê-lo e assisti-lo cada vez mais adequadamente e a construir com ele um repertório de significados comuns.
Nesta fase a criança está voltada predominantemente para a construção do eu. É uma fase de preponderância afetiva, centrípeta, de acúmulo de energia. No sentido walloriano.
1º momento: Impulsividade motora
Wallon descreve esta primeira etapa, que se inicia com o nascimento e dura aproximadamente três meses, como aquela em que o ser é quase o organismo puro e sua atividade apenas por reflexos e movimentos impulsivos.
Nas primeiras semanas após o nascimento, a atividade do bebê está totalmente monopolizada pelas necessidades primárias fisiológicas, sejam elas tônicas- posturais alimentares ou de sono. Tais necessidades não são mais automaticamente atendidas como eram durante o período fetal, o que causa na criança momentos de espera, de ansiedade e de desconforto. Esse desconforto provocará descargas motoras que são movimentos reflexos, impulsivos, descontínuos, não intencionais, que não nenhuma outra utilidade a não ser a