hanseniase
30: 325-334, jul./set. 1997
Simpósio: HANSENÍASE
Capítulo I
HANSENÍASE: FORMAS CLÍNICAS E
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
LEPROSY: CLINICAL FORMS AND DIFFERENTIAL DIAGNOSIS
Cacilda Silva Souza
Professora Assistente pela Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Assistência do Hospital das Clínicas, da Divisão de Dermatologia do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
CORRESPONDÊNCIA: Divisão de Dermatologia - Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Campus
Universitário - CEP: 14048-900 - Ribeirão Preto - SP. E-mail: cacilda@usp.br
SOUZA, CS. Hanseníase: formas clínicas e diagnóstico diferencial. Medicina, Ribeirão Preto, 30: 325-334, jul./set. 1997.
RESUMO: Este artigo se propõe a realizar uma abordagem centrada nos diversos aspectos clínicodermatológicos da hanseníase, destacando as variações de suas formas clínicas e de seus diagnósticos diferenciais.
UNITERMOS:
Hanseníase. Diagnóstico Diferencial.
1. INTRODUÇÃO
Hanseníase é doença crônica, granulomatosa, causada pelo Mycobacterium leprae, afetando pele, sistema nervoso periférico e, ocasionalmente, outros órgãos e sistemas. Vários estudos têm demonstrado que, diante da contaminação, a maioria dos indivíduos oferece resistência ao M. leprae, não desenvolvendo a doença, situação que pode ser alterada, em função da relação entre agente, meio ambiente e hospedeiro1, 2.
Nos indivíduos que adoecem, a infecção evolui de maneiras diversas, de acordo com a resposta imunológica, específica, do hospedeiro, frente ao bacilo.
Esta resposta imune constitui um espectro, que expressa as diferentes formas clínicas da doença. Com uma resposta imunológica competente, o indivíduo evolui para a forma clínica localizada e não-contagiosa da doença; se esta competência não é efetiva, uma forma difusa e contagiosa é desenvolvida. Entre estes dois extremos, encontram-se as