Hanseníase

HANSENÍASE

Campos dos Goytacazes, 21 de março de 2011
1 INTRODUÇÃO

Dos tempos bíblicos ao período moderno, a hanseníase foi descrita como uma doença que causava horror por conta da aparência física do doente não tratado. É um processo destrutivo, lentamente progressivo e crônico, envolvendo nervos periféricos, pele e membranas mucosas.
É uma das doenças humanas reconhecidas há mais tempo. No Velho Testamento, os hansenianos eram isolados da comunidade, embora algumas dessas pessoas segregadas pudessem estar sofrendo de psoríase e de outras afecções da pele. Os doentes eram considerados sujos. A doença era associada a uma punição divina aos pecados cometidos. "Fazei-me conhecer que os males do corpo não são outra coisa senão a punição e a figura ao mesmo tempo dos males da alma. Mas Senhor, fazei também que sejam remédio, fazendo-me considerar, nas dores que sinto, aquela que não sentia na minha alma, embora toda pessoa doente esteja coberta de úlceras...Fazei-me senti-las fortemente e que o que me resta de vida seja uma penitência contínua para lavar as ofensas que cometi”.
Durante séculos, a hanseníase foi disseminada na Europa, inclusive na Inglaterra. Em 1873, Hansen documentou o primeiro patógeno bacteriano humano quando descreveu o bacilo da hanseníase em montagens frescas e raspados de uma lesão de pele de um paciente norueguês.
Os bacilos da hanseníase multiplicam-se em animais experimentais em locais com temperatura abaixo daquela dos órgãos internos, como coxim plantar de camundongos ou lobo da orelha de hamsters, rato e outros roedores. A hanseníase adquirida de forma natural foi reconhecida em tatus da Louisiana e Texas. Os bacilos da hanseníase foram transmitidos experimentalmente a tatus, cuja suscetibilidade está relacionada, pelo menos em parte, com sua baixa temperatura corporal (32° C a 35° c).
A hanseníase é transmitida entre as pessoas geralmente como resultado de anos de contato íntimo. O agente etiológico é liberado nas secreções