Gírias

A GÍRIA E SOCIAL DA LINGUAGEM
As variações lexicais, dentre todas as variedades linguísticas imagináveis, é a que melhor consegue representar a dinâmica da língua. Podemos testemunhar além de suas mudanças gramaticais, alterações nos costumes e ideais da sociedade. Essas oscilações podem surgir e desaparecer em diferentes épocas e lugares, como em um movimento ininterrupto de neologismos e arcaísmos, sendo às vezes tão súbitos que os dicionários sequer conseguem registrar seus significados. Sua evolução requer um aprofundamento na vida social, no tempo e no seu espaço.
O senso de gíria consegue ser ao mesmo tempo um estudo sociológico e linguístico, visto que na interação de grupo há marcas identificadoras entre os seus membros, como as roupas que usam e o mesmo comportamento a ser seguido. Com o léxico, o saber dos significados das gírias ali instituídas também cria um senso de junção do grupo. Esses vocabulários restritos podem nos revelar no nível de significado, uma oposição sistemática aos valores tradicionais. Porem, essas gírias são as gírias de grupo, caracterizadas por sua efemeridade e constante substituição de seus vocábulos, diferentemente do conceito de gírias comuns.
A falta de sintaxe na gíria faz com que ela não seja propriamente uma língua a parte, podendo ser definida como uma etapa na vida social do vocábulo. A partir do léxico comum é alterado o sentido convencional da palavra e este é incorporado à vida de um grupo. Uma vez conhecida por uma grande comunidade, perde suas características, retorna ao léxico comum e se desliga de sua marca grupal. Nessa fase, ainda pode haver vestígios semânticos, assim tornasse classificável genericamente como uma gíria comum.
A Sociologia da Linguagem por meio de dados linguísticos procura conhecer os fatos que interessam às ciências humanas. Um de seus teóricos, Marcel Cohen, afirma que os fenômenos linguísticos se realizam no contexto mutável dos recorrer dos acontecimentos sociais, onde não apenas se