girias
Aline Rangel e Vitor Vieira
A
comunicação oral é algo que marca grupos de pessoas. Todos eles – sociais e profissionais – têm uma característica inerente à forma de linguagem. Funkeiros, futebolistas, sambistas e policiais são alguns exemplos que utilizam gírias próprias que definem bem um conjunto. Muitas delas, com origens no popular, ultrapassam as barreiras sociais e passam a ser utilizadas pelas multidões, aderindo, em certos casos, até ao dicionário.
A gíria é um processo de comunicação rápido, fácil e que não se identifica pelo sentido literal.
As palavras gato ou gata podem ser usadas, por exemplo, para enaltecer a beleza física de um homem ou de uma mulher.
Pagar mico e dar o troco significam como gírias, respectivamente, passar vergonha e
promover vingança. Entretanto, este tipo de linguagem popular não é nacional. Cada região do país tem um sub-idioma.
O salgado feito de queijo com presunto chamado de joelho no Rio de Janeiro, por exemplo,
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“Cumprimento com gírias”: duas pessoas se cumprimentam usando gírias
é conhecido como italiano em
Niterói.
Bernardo Mariani, professor do departamento de Comunicação Social da PUC-Rio, lembra que as gírias também sofrem mudanças com o passar do tempo: a língua é um organismo vivo, que sofre influências das mais diversas. E a fala é a mais importante destas. A escrita é uma tentativa de apropriação do idioma que se fala para um meio que seja inteligível por to-
dos. Assim, a língua se renova e as gerações que se sucedem têm um importante papel nisso.
Mariani afirma que as gírias são capazes de marcar a idade dos indivíduos e que a língua escrita acompanha a oral. Além disso, segundo ele, esse fenômeno linguístico é impossível de ser interrompido: “Existe o jargão etário: você define a sua idade pelas gírias que utiliza. Hoje, as gírias são diferentes das que eram usadas nos anos 1980, por