Guy Debord
Na tese de abertura, o autor afirma que “Toda a vida das sociedades nas quais reinam as modernas condições de produção se apresenta como uma imensa acumulação de espetáculos. Tudo o que era vivido diretamente tornou-se uma representação.” (p. 13)
Partindo desta perspectiva, as imagens que se apresentam e se destacam na vida, se constituem como um pseudomundo, isto é, as imagens possuem uma realidade própria que acabam por encerrarem-se na construção de diversas realidades que se entrecruzam em um movimento dinâmico. Assim, o espetáculo unifica a sociedade, onde “O espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas, mediadas por imagens” (p. 14), onde se utilizam significantes sinais presentes na produção dominante.
Dessa maneira, o espetáculo pode inverter o real não de forma abstrata, mas no seu desdobramento, acabando por constituí-lo em produto, isto é, real, mesmo sendo abstrato.
Segundo o autor, na sociedade em que se convive coetaneamente com a indústria moderna, o espetáculo inicia-se nele e encera-se nele mesmo, transformando o espetáculo na “principal produção da sociedade atual” (p. 17).
Segundo o autor, na fase inicial da economia há um desdobramento de definições sociais onde o ser perde espaço para ter. Já na contemporaneidade, o ter perde espaço para legitimar o parecer, transformando imagens em realidade social, sendo, portanto, uma “reconstrução material da ilusão religiosa” (p. 19) e trazendo a tona a necessidade de sonhar e nesse mundo de sonho, o sistema econômico separa o trabalhador de sua produção, acarretando uma produção circular de isolamento.
De fato, o cotidiano das