No texto Hobsbawm começa enumerando como filósofos, antropólogos, escritores, músicos, historiadores, pessoas que foram agraciadas com o premio Nobel veem o século XX. Para uns foi século mais terrível da história, como diz Isaiah Berlin, o filosofo. Já o premio Nobel em ciências Severo Ochou define que foi o século em que a ciência teve um progresso extraordinário. E na visão do historiador Franco Venturini, ele avalia que não é possível responder essa pergunta de como foi o século XX, para ele o século XX é apenas o esforço sempre renovado de entendê-lo. O autor assume a função de ambientar o leitor para as discussões a serem levantadas no livro. Talvez o maior mérito do livro A era dos extremos de Hobsbawm seja transmitir uma forte impressão do tamanho da catástrofe humana que foi o século XX. Catástrofe em relação às mortandades gigantescas, sem equiparação possível com qualquer período histórico anterior. Catástrofe em relação à desvalorização do indivíduo, ao qual, durante longos momentos do século, foram negados todos os direitos humanos e civis, que haviam sido arduamente conquistados durante o ‘longo século’ precedente: 1789-1914. O século XX foi um período de grandes mudanças para Eric Hobsbawm, o século foi breve e extremado: sua história e suas possibilidades edificaram-se sobre catástrofes, incertezas e crises, decompondo o construído no longo século XIX. Neste texto fascinante, ele abandona seu silêncio voluntário para contar, em linguagem simples e envolvente, a história da "era das ilusões perdidas". Hobsbawm divide o século 20 em três etapas: a “Catástrofe” (1914-1945), quando potências mundiais chafurdaram em um confronto bélico, que se estendeu de 1914 ate depois da segunda guerra mundial; a “Idade de Ouro” (1945-1973), quando se ergue um novo sistema, mais desenvolvido e fortalecido, período de extraordinário crescimento econômico e transformação social, anos que provavelmente mudaram de maneira mais profunda a sociedade humana que qualquer