Graduando

Os intelectuais e a política cultural do Estado Novo
Monica Pimenta Velloso

Monica Pimenta Velloso é historiadora, tendo desenvolvido seus trabalhos, mais especificamente, na área do pensamento social brasileiro e da história cultural, com ênfase na cidade do Rio de Janeiro. É mestre em filosofia social pela PUC/Rio, concluindo em 1993, e doutora em História Social pela USP (1995). Fez parte de grupos de pesquisas no CPDOC , Fundação Getúlio Vargas, da FAPERJ e atualmente compõe um grupo de pesquisa em História Cultural do CNPq, "Paisagens urbanas: reconfigurações da latinidade na literatura e nas artes visuais 1890-1930". Possui obras importantes, como os livros "História e Modernismo" (Autêntica, 2010); "Mário Lago: Boemia e Política" (FGV, 2011, 4 Ed); e outras. Em seu texto, Velloso analisa aspectos políticos e culturais estado-novista e vê um esforço para outra caracterização do "popular", que passa a ter um caráter mais nacional. Um outro aspecto consiste no investimento da educação popular da sociedade pelas elites, como forma de impedir o "caos, a desordem, a negação"; agora, no Estado Novo, a busca seria pela positividade da população. E essa positividade viria através das manifestações da cultura popular, através do carnaval, do rádio e outros meios de acessos às grandes massas populares. Percebe-se então, uma mudança completa na construção ideológica do Estado, vê-se a elite assumindo mais "responsabilidade" com os problemas do país, mas, por outro lado, vê-se também um Estado centralizado e autoritário, uma vez que "depende dele" o controle e organização do país. O Estado assume também o caráter de elaborar e definir um projeto político-pedagógico a fim de "propiciar as virtudes" da população através da educação e, para isso, conta com o apoio crucial dos intelectuais da época - que já vinham se sentindo na responsabilidade de levar sabedoria e discernimento às camadas popular, com muitos ideais acumulados do Modernismo -, cumprindo uma função