Graduando

Estados Unidos

O EUA tem sido apresentado como o expressivo do “capitalismo liberal”, em oposição ao padrão social democrático europeu e para destacar as vantagens do “capitalismo organizado”. A fantástica história dos EUA em direção à hegemonia mundial tem a ver com a forma específica de como surgiu o capitalismo moderno no espaço nacional. Através de três guerras – A guerra civil e as I e II Guerras Mundiais- o país foi transpondo obstáculos que o separavam de seu destino. Conseguiu resolver a questão do poder interno e de que tipo de capitalismo adotaria, modificou sua inserção na economia mundial. Foi nos EUA que nasceu o capitalismo moderno, o “capitalismo selvagem” foi cunhado lá para designar a brutalidade com que foi implantado o modo de produção capitalista. O capitalismo moderno surgiu na segunda metade do século XIX, como resultado de um processo endógeno de formação e consolidação de um capital industrial e financeiro novo, sem necessidade de apoios externos relevantes do capital inglês. Foi um processo de monopolização, em que a grande agricultura, a indústria, o grande comércio, as ferrovias e os grandes bancos surgiram em um intervalo de tempo muito breve, utilizando-se de um espaço continental criado, estruturado e unificado pela força da organização empresarial dos EUA. As ferrovias, agricultura e comércio foram decisivos na construção do capital americano. O desenvolvimento não decorreu de uma invenção nem de uma imposição de uma elite esclarecida, mas do próprio desenvolvimento histórico e social do país, a partir da segunda metade do século XIX. A verdadeira natureza do grande capital americano, no entanto, reside no fato de ter-se apoiado na fusão entre o capital industrial e o capital bancário, sob a égide de uma “classe financeira geral”. A força expansiva do grande capital americano durante um século decorre assim, não de uma pretensa superioridade tecnológica originária de seu sistema manufatureiro, nem da morfologia mais flexível