Graduanda
(Título original: Historical Objectiveness... Page 04)
Leon Trotski
Texto publicado no jornal The Militant, no dia 15 de julho de 1933, onde Trotski analisa as falsificações históricas feitas sob o disfarce da “objetividade” e da “ imparcialidade”, e expõe o seu método de análise histórica.
Todas as pessoas digerem os alimentos e oxigenam seu sangue. Porém nem todas elas se atrevem a escrever um tratado sobre digestão e circulação sanguínea. O mesmo não ocorre com as ciências sociais. Posto que todas as pessoas vivem sob a influência do mercado e dos processos históricos em geral se considera que basta o senso comum para escrever tratados sobre temas econômicos e, sobretudo, histórico-filosóficos. Em geral, o único que exige de si mesmo um trabalho histórico é aquele que é “objetivo”. Na realidade, qualquer que seja o sentido deste termo enfático na linguagem do senso comum, o mesmo não tem nada a ver com a objetividade científica.
O filisteu, sobretudo quando se encontra separado no espaço e no tempo do cenário da luta, se considera acima dos bandos em combate apenas pelo feito de não os compreender. Com toda a sinceridade opina que sua cegueira a respeito de elaborar teorias sobre as forças históricas é o ápice da imparcialidade, já que esta acostumado a usar a si próprio como medida normal de todas as coisas. Não obstante seu valor documental, são muitos os trabalhos históricos escritos de acordo com estas pautas. O autor que encobre as falhas mediante uma distribuição proporcional de luzes e sombras, a conciliação moralizante e a simulação de suas simpatias, consegue facilmente a elevada reputação que deriva da “objetividade” para sua obra.
Quando o tema de investigação é um fenômeno que se concilia tão mal com o senso comum, como a revolução por exemplo, a “objetividade” histórica estabelece, a priori, conclusões imutáveis: a causa da comoção reside no fato de que os conservadores foram excessivamente conservadores e